Como as avenidas morrem
O caso da Avenida Conselheiro Nébias, em Santos/SP Em “Como as democracias morrem” (Cia. das Letras), Steven Levitsky e Daniel Ziblatt alertam para a forma como as democracias contemporâneas não mais terminam com rupturas nos moldes de uma revolução ou de um golpe militar, mas se deterioram lentamente com o enfraquecimento de suas instituições. Sem pretensão de produzir um trabalho como o desses autores, chamo a atenção para a morte lenta da urbanidade em nossas cidades, em grande medida decorrente do impacto do uso de veículos motorizados. Como exemplo, analiso o fenômeno que ocorre em um dos mais importantes eixos viários de Santos/SP, a Avenida Conselheiro Nébias. Assim como algumas democracias contemporâneas, esta via está “morrendo” em alguns trechos, que aos poucos vêm se tornando inóspitos e repelentes à chamada mobilidade ativa, entendida como o deslocamento de pedestres e ciclistas. Esta “morte” ocorre, por decisões historicamente equivocadas do planejamento urbano e também