O impacto econômico de outro terminal de passageiros

Foi anunciado, ontem, o início dos estudos de viabilidade do projeto Porto-Valongo, a ser implantado numa parceria entre Prefeitura e Governo Federal. Os estudos serão realizados pela empresa Ove Arup & Partners. Ao mesmo tempo, a armadora MSC apresentou projeto de implantação de novo terminal de passageiros, na área deste projeto.
Durante o anúncio, o presidente do CAP, Sérgio Aquino, informou que um diagnóstico preliminar apontou a viabilidade do projeto, mas que o próximo passo será aprofundar os estudos, em prazo de 180 dias.
Confesso que não entendi bem. Se a proposta é viável, porque contratar um estudo de viabilidade?
De qualquer forma, fico com a pulga atrás da orelha, com a instalação de mais um terminal de passageiros, em nosso porto. Já ouvi e li diversas manifestações de empresários locais, da área de turismo, criticando o esvaziamento da rede hoteleira e de outros equipamentos do setor, em Santos, como consequência do crescimento dos cruzeiros marítimos em nosso porto.
Confesso também, que sou inimigo de "achismos". Defendo que, qualquer avaliação sobre a questão, deva ser precedida por estudos sérios e isentos. É o que espero seja feito pela empresa supra mencionada. Mas sem influência dos desejos pessoais de quem quer que seja.
Pessoalmente participei do primeiro projeto elaborado para esta área do cais, em 1995, o qual foi sistematicamente rechaçado pela diretoria da Codesp, na época. Agora os tempos são outros, mas entendo que não se deve mitificar este tipo de empreendimento, considerando-o uma panacéia para a Cidade.
A experiência internacional demonstra uma série de fracassos deste tipo de projeto e, portanto, espero que seus promotores (União e Município) façam a lição de casa e avaliem estas experiências, antes de enterrar, no Porto-Valongo milhões de reais, muito necessários em outros empreendimentos inadiáveis.
Acerca desta questão, pretendo aprofundar alguns pontos, nas próximas semanas.

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