Café, picanha e a destruição das florestas brasileiras

O dia de hoje marca uma coincidência no mínimo sinistra. O início da votação da alteração do Código Florestal e o Dia Internacional do Café.
A bebida de origem africana, que transformou a acanhada vila de Santos no mais importante porto do hemisfério, foi a grande responsável pela destruição da maior parte da Mata Atlântica. O desastre ambiental ocorreu na forma de conversão de matas em fazendas de café, ou na produção de carvão para a indústria, que "floresceu" junto com a cafeicultura e a urbanização do sudeste brasileiro.
Quem quiser conhecer a história em detalhes estarrecedores, vale a pena ler o clássico "A Ferro e Fogo - A História e a devastação da Mata Atlântica", de Warren Dean (Companhia das Letras). A descrição de como se derrubava a mata, com correntes, para a abertura das fazendas é uma coisa de provocar arrepios. É uma lição obrigatória de como evitar erros desastrosos do passado, para nossas futuras gerações.
Oxalá nossos congressistas, debruçados na votação do Código Florestal, tenham lido a obra. Assim, talvez tenhamos uma chance de poupar a Amazônia, da turma da picanha. Aliás, esta foi a mensagem que Dean deixou no final de sua obra. Pessimista quanto à preservação da Mata Altlântica, o autor tinha esperança de que sua pesquisa histórica sobre a desvatação deste bioma inspirasse a defesa da Floresta Amazônica.

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