VLT: os Márcios não se entendem

Leio no jornal Primeira Impressão, produzido pelo Curso de Jornalismo da Universidade Santa Cecília, entrevista com o secretário estadual do Turismo, Márcio França (edição de março de 2011, página 2). Na entrevista, o secretário faz uma declaração que reputo como muito grave. Segundo a autoridade estadual, o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) da Baixada Santista não vai sair do papel, pois a tarifa é muito alta - o preço seria de R$ 8,00 - e "ninguém pagaria isso". Para França, a alternativa seria que os municípios subsidiassem a tarifa, o que não deve ocorrer, pois para isto abririam mão de investir em outros setores.
Após doze anos de marchas e contra-marchas do governo estadual (estou sendo fino), é a primeira vez que vejo declaração de uma autoridade do primeiro escalão do governo, de que o VLT não vai sair. Se França estiver certo, trata-se, portanto, de um caso gravíssimo de estelionato eleitoral praticado em sucessivos pleitos, com participação ativa de seu próprio chefe, o governador Geraldo Alckmin.
Mas contraditoriamente, na página seguinte da mesma publicação, leio entrevista com o secretário de Desenvolvimento e Assuntos Estratégicos de Santos, Márcio Lara, na qual ele afirma que "como parte do programa para acelerar o desenvolvimento, a Prefeitura vai incentivar cada vez mais que a população deixe o carro em casa e utilize o transporte coletivo, tentando aliviar o trânsito". Em seguida, o secretário afirma que "está em licitação a implementação do Veículo Leve sobre Trilhos, o VLT, pelo governo estadual". E por aí vai.
Ou seja, ou alguém está tentando nos enrolar, ou está faltando muita sintonia entre município e estado. Pelo menos entre os dois Márcios, que deveriam estar cuidando de melhorar as condições de vida nesta Baixada Santista, tão carente de um transporte decente e de estadistas de verdade.

Comentários

  1. Sugiro que você veja isto, Carriço:
    http://reexame.blogspot.com/2010/08/para-nao-sair-dos-trilhos.html

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