A pesquisa do IPAT sobre Habitação

Saiu mais uma rodada de pesquisas do "Projeto Baixada Santista 2021 - Os Desafios para a Próxima Década", desenvolvido pelo Instituto de Pesquisas A Tribuna (IPAT), pelo Instituto Impacto e pela Ecovias. Desta vez, o tema foi Habitação (antes foi emprego e meio ambiente), conforme publicado na edição de ontem do jornal (p. A6 e A7).
Na verdade, o projeto deveria se chamar "Santos 2012", pois as pesquisas vêm sendo utilizadas para alavancar a pré-candidatura a prefeito do ungido pelo mainstream do establishment: Pagobinha.
Mas como tudo na vida tem boa utilidade (até mosquito borrachudo, imagino eu), aqui e ali é possível extrair algumas informações interessantes da pesquisa.
Por exemplo, sabe-se que quase 35% dos pesquisados desejam adquirir moradia em Santos, mas com valor até 180 mil reais. Portanto, sabe-se que quase 35% dos entrevistados ainda não caíram na real, pois é muito difícil encontrar algo para morar, abaixo desta faixa de preço, na Pátria da Caridade e da Liberdade.
Mas o que não se sabe é o que Pagobinha pensa a respeito. Seria interessante ouvi-lo. Assim, ao menos ficará mais claro a quais interesses serve um dos que querem nos governar a partir de 2013.
No estudo, fica-se sabendo, ainda, que 52% valorizam a segurança do bairro, enquanto apenas 7% valorizam a proximidade do trabalho, na escolha de uma moradia. Assim, apresenta-se mais uma explicação para a piora crescente do trânsito regional e a ampliação da expansão horizontal da metrópole.
Por fim, gostaria de destacar que mais uma vez o IPAT ouviu as pessoas acerca da questão da verticalização. Mas, desta vez, o percentual dos que são contra, em Santos, ampliou-se (57% x 39%). Antes, defensores e detratores da verticalização estavam praticamente empatados. O coordenador da pesquisa, Prof. Alcindo Gonçalves, entende que esta balança agora pende mais contra a verticalização, em decorrência do processo de revisão do Plano Diretor, que colocou a questão em evidência.
Mas, segundo a pesquisa, 80% dos entrevistados não sabem para o que serve um Plano Diretor. Para mim, isto demonstra que o processo de revisão não fez a ligação necessária entre uma coisa e outra, mas as pessoas sabem muito bem o que querem e o que não querem.
Parece que Pagobinha também sabe, mas será que o que ele quer é o que as pessoas querem?

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Remoções na Entrada da Cidade: o que houve com o Conjunto Habitacional da Prainha do Ilhéu?

APA Santos Continente: reavivando a memória

Como as avenidas morrem