Quando habitação vira carnaval

Nada contra o entrudo, mas, definitivamente, onde se prevê a construção de moradias populares, não se deveria promover usos incompatíveis, como por exemplo, guarda de carros alegóricos.
Pois foi exatamente isto que aconteceu, na semana passada, com o terreno da União, localizado entre a Av. Washington Luiz e a Rua da Constituição, na Vila Mathias.
Trata-se de um dos terrenos da "tripa", como esta área é conhecida, objeto de portaria do Ministério do Planejamento, que dispõe os imóveis para a Prefeitura de Santos construir habitação para população de baixa renda, desde 2001.
Até pouco tempo, a área em questão era ocupada irregularmente por uma concessionária de veículos, que a desocupou por força de medida judicial proposta pela Fazenda Nacional. Pois foi só o terreno ficar disponível, que a Prefeitura decidiu lá guardar carros alegóricos de escolas de samba, o que evidentemente é irregular, tanto pelo fato de que o uso contraria a portaria ministerial, como pelo fato de que a área só deve ser passada em definitivo para o Município, caso este lá construa habitação de interesse social.
Mas felizmente a lambança foi corrigida, uma vez que os tais carros alegóricos do local foram retirados.
Contudo, este blogueiro vem acompanhando de perto o desdobrar de fatos atinentes a estas áreas, e por isso mantém as barbas de molho. Há um certo movimento no sentido de viabilizar o que antes a União não admitia: a permuta destas áreas por outras, "convenientemente" mais afastadas, onde enfim poderiam ser construídas as moradias de baixa renda, sem que estas conspurcassem a ordem urbanística segregacionista que impera na Pátria da Caridade e da Liberdade.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Remoções na Entrada da Cidade: o que houve com o Conjunto Habitacional da Prainha do Ilhéu?

APA Santos Continente: reavivando a memória

Como as avenidas morrem