Indiferença urbana

Na última sexta-feira, dia 14/11, pouco antes das 14 horas, um acidente entre um ônibus e um automóvel de passeio, no Canal 3, no Gonzaga, em Santos, resultou na queda de um poste e a interdição da pista centro-praia da avenida Washington Luiz.
O poste abalroado tinha um transformador, que imediatamente após a queda verteu cerca de 300 litros de óleo na sarjeta (foto acima). Imediatamente o Corpo de Bombeiros compareceu ao local e estancou a entrada do óleo pela boca-de-lobo, localizada a poucos metros do acidente, improvisando um "dique", com um pouco de areia.
Assim que o acidente ocorreu, o sindico do edifício de onde foi tirada a foto acionou a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semam), que enviou um técnico ao local. O técnico consultou o engenheiro da CPFL, que conduzia os trabalhos de demolição dos escombros do poste, e tranquilizou-se ao saber que se tratava de óleo vegetal.
O sindico também ficou mais tranquilo, pois alguns transformadores mais antigos utilizavam ascarel, produto extremamente contaminante e banido pela legislação brasileira. Contudo, apesar do óleo vazado ser vegetal, ainda assim representava risco de poluição, uma vez que a boca-de-lobo conduzia a uma galeria, ligada ao canal, a duas quadras da praia.
Por este motivo, o serviço de Urgência Urbana da Prefeitura compareceu ao local, algum tempo depois. Contudo, como a fiação sobre o passeio ainda estivesse energizada, limitou-se a descarregar um pequeno recipiente com serragem, no passeio junto ao canal, em frente ao local do derramamento. Pouco tempo depois, a viatura responsável pela descarga do recipiente deixou o local, assim como o Corpo de Bombeiros, deixando a serragem sem utilização.
Após as 20 horas, os serviços de remoção e substituição do poste avariado ainda prosseguiam e além do pessoal da CPFL, apenas agentes da CET continuavam no local, para orientar o trânsito, que continuava a ser desviado pela Rua Azevedo Sodré.
Pouco depois a chuva fina que caía na hora do acidente retornou e a contenção de areia, na sarjeta, começou a se desfazer. O sindico manteve contato diretamente com a Urgência Urbana, que prometeu encaminhar alguém para verificar o que fazer com o óleo.
Já passava da meia noite e meia, quando a CPFL reestabeleceu a energia elétrica. A Urgência Urbana não retornou ao local e os agentes da CET haviam desaparecido, deixando a pista interditada.
Em seguida, motoristas por conta própria desobstruíram o trânsito e o pouco que havia do "dique" de areia se desfez, provocando a queda do óleo na rede de drenagem.
Indignado, o sindico foi dormir.

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