Foi tudo planejado (parte I)
Ainda comentando o caderno especial de A Tribuna, sobre Trânsito, publicado ontem, é importante destacar que dentre todos os pesquisadores e autoridades ouvidos, apenas o engenheiro Ailton Brasiliense, da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), aponta a necessidade de haver um planejamento voltado para a questão do trânsito, que não seja pensado de forma apartada da dinâmica urbana, considerando a questão crucial do uso do solo e da localização das moradias.
Para Brasiliense, "não se pode pensar em transporte público isoladamente. É preciso ter um Plano Diretor que diga para onde a cidade deve ou não crescer, como deve ser a apropriação do espaço, o que sobra para o transporte público, de carga e para o pedestre, que precisa de calçadas decentes. E, claro, para o tráfego geral, composto basicamente por automóveis e motos. Sem um Plano Diretor para os próximos 5, 10, 15 ou 20 anos, vai ser complicado fazer um simples planejamento de transporte. Quando você repensa a questão de uso do solo com o transporte, fatalmente precisa rever onde foram alocadas moradias, comércio e serviços da cidade" (p. F7).
O engenheiro acrescenta, ainda, uma questão que considero essencial e que é absolutamente ignorada pelos prefeitos da região: a integração entre o planejamento dos municípios. Ao responder questionamento da reportagem, acerca dos efeitos do aumento do custo de vida em Santos, que faz com que as famílias migrem para cidades vizinhas, tornando o trânsito regional cada vez mais caótico, Brasiliense afirma que:
"Vai depender de como essas pessoas vão para Santos. Se for de automóvel, a condição vai ser muito piorada. Se tiver uma proposta para integrar o transporte público, o trânsito pode não sofrer tanto. Eu acho que a solução para a Baixada Santista tem que ser integrada. Deve ser estudado um projeto único, que inclua todas as cidades. Evidentemente o Plano Diretor dessas cidades tem que ter o mínimo de questões comuns, para não transformar uma cidade em dormitório e outra no lugar onde todo mundo trabalha."
Ainda assim, o engenheiro demonstra desconhecimento da história do planejamento da região, ao defender a tese estampada na manchete principal do caderno, segundo a qual teria faltado planejamento e esta lacuna seria uma das causas do grave problema de mobilidade que hoje enfrentamos na Baixada Santista.
Nos próximos posts pretendo desmontar esta tese, apresentando fatos incontestáveis que demonstram o contrário: foi o planejamento implementado nas cidades da região, especialmente em Santos, um dos grandes responsáveis pela perda de mobilidade que nos assola.
Para Brasiliense, "não se pode pensar em transporte público isoladamente. É preciso ter um Plano Diretor que diga para onde a cidade deve ou não crescer, como deve ser a apropriação do espaço, o que sobra para o transporte público, de carga e para o pedestre, que precisa de calçadas decentes. E, claro, para o tráfego geral, composto basicamente por automóveis e motos. Sem um Plano Diretor para os próximos 5, 10, 15 ou 20 anos, vai ser complicado fazer um simples planejamento de transporte. Quando você repensa a questão de uso do solo com o transporte, fatalmente precisa rever onde foram alocadas moradias, comércio e serviços da cidade" (p. F7).
O engenheiro acrescenta, ainda, uma questão que considero essencial e que é absolutamente ignorada pelos prefeitos da região: a integração entre o planejamento dos municípios. Ao responder questionamento da reportagem, acerca dos efeitos do aumento do custo de vida em Santos, que faz com que as famílias migrem para cidades vizinhas, tornando o trânsito regional cada vez mais caótico, Brasiliense afirma que:
"Vai depender de como essas pessoas vão para Santos. Se for de automóvel, a condição vai ser muito piorada. Se tiver uma proposta para integrar o transporte público, o trânsito pode não sofrer tanto. Eu acho que a solução para a Baixada Santista tem que ser integrada. Deve ser estudado um projeto único, que inclua todas as cidades. Evidentemente o Plano Diretor dessas cidades tem que ter o mínimo de questões comuns, para não transformar uma cidade em dormitório e outra no lugar onde todo mundo trabalha."
Ainda assim, o engenheiro demonstra desconhecimento da história do planejamento da região, ao defender a tese estampada na manchete principal do caderno, segundo a qual teria faltado planejamento e esta lacuna seria uma das causas do grave problema de mobilidade que hoje enfrentamos na Baixada Santista.
Nos próximos posts pretendo desmontar esta tese, apresentando fatos incontestáveis que demonstram o contrário: foi o planejamento implementado nas cidades da região, especialmente em Santos, um dos grandes responsáveis pela perda de mobilidade que nos assola.
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