Ilusões urbanísticas

Leio na edição de hoje do jornal A Tribuna, que o prefeito de Santos enviará importantes projetos à Câmara, no início deste ano. Dentre eles, a famigerada proposta de Estudo de Impactos de Vizinhança (EIV), instrumento criado pelo Estatuto da Cidade em 2001.
Vou repetir: 2001.
Lembro que o atual governo, com pequenas mudanças, administra a cidade há 15 anos.
Vou repetir: 15 anos.
Durante este tempo, a orla de Santos, região mais habitada da cidade, transformou-se num inferno de torres e automóveis, de provocar calafrios naqueles que, como eu, possuíam os piores pressentimentos, quando o Plano Diretor de 1998 foi aprovado.
Agora que a porteira foi arrombada, esmigalhada e jogada no canal, leio esta notícia com um misto de ceticismo e tristeza. Afinal, Inês foi sepultada no Areia Branca (no Saboó e no Paquetá não há de haver espaço para o corpo).
Mas o mais irônico é que o jornal não esclarece à sociedade do que se trata o tal projeto de lei. Se esclarecesse, o público iria entender meu sarcasmo.
Só para ficar em um exemplo, se a lei for aprovada como apresentado em audiência pública, em 2011, somente as torres com mais de 500 unidades seriam alvo do tal estudo. Alguém duvida do rolo compressor do prefeito?
Além disso, a lei não prevê qualquer providência para uma verdadeira avaliação dos impactos das vagas de garagens, nestes empreendimentos.
Mas tem mais problemas, quem quiser a minuta é só me escrever que eu envio.

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