Deixem em paz o Rio Mariana

Outra matéria, publicada nas páginas A-4 e A-5 da edição deste domingo de A Tribuna, deixa um recado para aqueles que lutam pela qualidade ambiental de nossa região. A reportagem noticia um caro estudo (R$ 1,5 milhão) de "viabilidade técnica, econômica e ambiental" acerca da implantação do transporte hidroviário na área central da Região Metropolitana, que deve ser contratado pelo Conselho de Desenvolvimento da Baixada Santista (Condesb).
Mas o que poderia ser uma alternativa interessante para superar a incompetência estadual de prover transporte metropolitano (ver post anterior), pode se transformar em um grande desastre ambiental.
Sugiro que todos e todas leiam com atenção a matéria, da qual obtive os cartogramas acima. Ao comentar a viagem aos rios desta região, feita pela reportagem, o secretário de Meio Ambiente de Cubatão teria alertado para a necessidade de dragagem de alguns cursos d'água e para a absurda retificação do Rio Mariana.
Fiquei surpreso de que tal possibilidade tenha sido aventada por alguém responsável pela área ambiental de importante município de nossa região.
O custo de se cometer tamanha agressão a um dos mais belos rios da Baixada é absurdamente alto, sobretudo se comparado com os benefícios. Afirmo isto porque a Área Continental de São Vicente, potencial beneficiária desta maluquice, possui duas vias capazes de garantir a ligação com a área insular deste município e de Santos, assim como de Cubatão: o eixo da Av. do Quarentenário e a Rodovia Padre Manoel da Nóbrega (SP-55). Com alguns ajustes e um transporte coletivo decente, evita-se de destruir um precioso patrimônio natural que presta relevantes serviços à região, inclusive retardar o assoreamento do estuário vicentino.
Espero que a grana preta que se pretende gastar para este estudo seja bem empregada. O transporte hidroviário é uma alternativa bem interessante, e pouco usado na Baixada, onde a a atividade portuária monopoliza ou obstaculiza o uso de boa parte dos cursos d'água mais importantes.

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