VLT: eleitoreiro e mais caro

É digno de menção o esforço do governo estadual para transformar o projeto-lenda do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) em realidade, a tempo de beneficiar seus candidatos na próxima campanha eleitoral. Não passa uma semana sem que a EMTU solte alguma notícia, ainda que reprocessada e embolorada, acerca do assunto.
Mas desta vez, um dado alarmante chama a atenção. Além do novo prazo para o início das obras ter sido postergado para o mês em que ocorrerá o primeiro turno das eleições, como informado na matéria abaixo, publicada no último dia 25/5, em A Tribuna, o valor da obra aumentou mais uma vez, passando de R$ 690 milhões para R$ 850 milhões.
Diga-se de passagem, este montante será gasto pelo estado, pois o primeiro modelo de licitação, pelo qual a iniciativa privada investiria no projeto, saiu dos trilhos. No novo modelo de licitação, we the people fazemos as obras, compramos os trens e eles, os empresários, operam o sistema e arrecadam a tarifa, inicialmente prevista em cerca de R$ 3,30. Bacana, não?
Mas como venho apontando há tempos, nada está combinado entre o estado e as prefeituras quanto às modificações necessárias nos sistemas públicos de transportes municipais, de forma a integrá-los no novo modal. Se as tratativas entre as esferas continuarem no ritmo em que estão e se o projeto realmente vingar, é bem possível que tenhamos que pagar mais de uma passagem para baldear de um sistema para outro. Aí, o que sairá do trilhos é o nosso orçamento.

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