VLT: irresponsabilidade e pouco caso

O singelo anúncio da possível mudança do traçado do famigerado Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), no centro de Santos, revela irresponsabilidade e pouco caso com o meu e com o seu dinheiro.
Além das questões levantadas abaixo, gostaria de lembrar que os responsáveis pelo projeto não combinaram esta mudança com os russos, ou seja, os comerciantes estabelecidos nestas vias.
Leia abaixo o post do jornalista Rafael Motta, no blog Reexame.A-FEIRA, 22 DE JUNHO DE 2012

Árvore de dinheiro sobre trilhos

Treze anos depois de ter sido anunciado pelo Governo Estadual, o projeto do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) ainda está sujeito a mudanças.

Agora, o presidente da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) de Santos, Rogério Crantschaninov, divulga que um estudo, feito por "uma consultoria independente", dá conta da necessidade e da conveniência de mudanças deste porte no traçado do VLT pelo Centro:


Justifica-se que misturar VLT, ônibus coletivos e demais veículos na Rua João Pessoa será, em resumo, um desastre para o trânsito. Por isso se deseja partilhar a rota do veículo leve nas ruas General Câmara e Amador Bueno, em cada via com um sentido de direção e sem outros veículos, exceto bicicletas.

Tudo muito razoável, exceto por:

a) A General Câmara é parte do roteiro de uma linha férrea para bondes turísticos. A ampliação do percurso original custou por volta de R$ 10 milhões, num montante superior ao previsto inicialmente. Foi preciso encomendar trilhos especiais numa metalúrgica do Interior para manobras;

b) A Amador Bueno passa por obras de completa renovação. Em seus 1.491 metros (quase 1,5 km), terá 880 metros de drenagem subterrânea, 3,1 km de guias e sarjetas, 10,2 mil m² de calçadas e 13,7 mil m² de asfalto. Isso custará mais de R$ 3 milhões, segundo a Prefeitura.

No caso do item 'b', não é absurdo supor que tenha faltado comunicação entre CET e Prefeitura. A Administração ignorava a consultoria encomendada pela companhia de tráfego? Se não, por que, mesmo assim, decidiu gastar R$ 3 milhões num serviço que poderá ser destruído pelos trilhos do VLT?

Mais: há três meses, dizia-se que, entre março e abril, teria início a remodelação da Rua João Pessoa, com "suporte para implantação da segunda fase do projeto do VLT", conforme 'A Tribuna', em 25 de março último. Seriam gastos R$ 1,9 milhão, enviados pelo Estado -- responsável pelo VLT.

Se alguém souber onde fica essa imortal árvore de dinheiro plantada pelo Poder Público, por favor, me dê notícias. Vale matéria.

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