SAIPEM: a complicada questão do acesso

A questão do acesso ao futuro terminal da empresa SAIPEM, em Guarujá, que abordei em post do último dia 13/8, pode ser melhor visualizada na imagem acima, na qual assinalei, com linhas pontilhadas, os possíveis trajetos das carretas.
As alternativas são, em vermelho (por Santos), a mencionada no EIA/RIMA, por meio da Av. Mario Covas (antiga Av. dos Portuários) e com uso de balsa para cruzar o canal do Porto; e em amarelo (por Guarujá), pela SP-55, acessando a Av. Adhemar de Barros e cortando o bairro Santa Rosa, em área residencial, para acessar o terminal via rodoviária.
É evidente que a segunda alternativa é extremamente complexa, pois as carretas cortariam área residencial, para chegar no destino. Contudo, a alternativa via balsa, além de aumentar substancialmente o trânsito de carretas de grandes dimensões no eixo das avenidas Perimetral e Mário Covas, exigiria uma intervenção na área do Ferry Boat, do lado de Santos, que poderia colocar em risco o Terminal Pesqueiro Público de Santos e poderá comprometer o acesso ao próprio Porto, durante a madrugada.
Outra alternativa, não assinalada no mapa, seria o acesso hidroviário, pelo canal do porto, o qual dependeria da escolha de um local para embarque da carga, que poderia ocorrer em algum ponto do complexo portuário. Esta última, que considero bem mais sensata, dependeria de entendimentos com a autoridade portuária.
Portanto, observa-se que a decisão de implantação da SAIPEM, em terreno localizado no Complexo Industrial Naval do Guarujá (CING), foi marcada pela falta de uma visão mais abrangente da infraestrutura logística e viária do Porto, fato que demonstra um certo "amadorismo" por parte da empresa e irresponsabilidade por parte da Prefeitura do Guarujá.
Nada contra o estabelecimento desta empresa na região, pois certamente a Baixada sairá ganhando com sua vinda, contudo, não podemos pagar por isto um custo tão alto que anule seus benefícios.


Comentários

  1. No RIMA - Relatório de Impacto Ambiental referente ao CTCO - CENTRO DE TECNOLOGIA E CONSTRUÇÃO OFFSHORE da SAIPEM DO BRASIL em sua pagina 21/76 são citadas alternativas locacionais. Entre elas a Ilha Piaçaguera.

    A Ilha Piaçaguera fica no fundo do canal do porto de Santos, defronte ao bairro Alemoa. Este bairro já tem como característica ser industrial e é, portanto, mais adequado à implantação de uma industria deste porte. E, fica próximo à Via Anchieta.

    Uma industria com o perfil deste CTCO somente viria a melhorar aquela região.

    Porque não se instalam lá?

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  2. Lélio Marcus Munhoz Kolhy3 de novembro de 2012 às 07:36

    Audiência pública sobre o EIA/RIMA do empreendimento “Implantação do Centro de Tecnologia e Construção Offshore”, de responsabilidade da SAIPEM do Brasil (Processo 51/2012), para o dia 22 de novembro de 2012, às 17h, no auditório da UNISANTOS – Universidade Católica de Santos, Rua Dr. Carvalho de Mendonça, nº 144, Encruzilhada, Santos/SP.

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