EMTU não quer discussão pública sobre o trajeto do VLT no centro de Santos, mas mercado imobiliário surfa na onda


Enquanto o jornal Diário do Litoral, em sua edição de hoje, destaca as informações prestadas neste blog, acerca do trajeto do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), no centro de Santos (ver imagem acima), o mercado imobiliário parece surfar na onda do VLT.
O Olhar Praiano vem publicando uma série de posts com informações acerca dos impactos do trajeto que a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) vem estudando para o VLT, no chamado ramal Conselheiro Nébias-Valongo. Estes posts podem ser lidos aquiaquiaqui, aqui e aqui.
Na reportagem de hoje, o jornal informa que a EMTU não considera a possibilidade de realizar nova audiência pública sobre o trajeto. Segundo a matéria, a postura da empresa teria sido bem legalista, afirmando que "a legislação não contempla audiências sobre trechos específicos do projeto". Ou seja, nós que vamos pagar a conta, não temos direito de opinar sobre as consequências da implantação do VLT na área central. 
Contudo, falta aos responsáveis pela EMTU uma consulta mais aprofundada à legislação federal. O Estatuto da Cidade é bem claro, em seu artigo 43, segundo o qual, para garantir a gestão democrática da cidade, deverão ser utilizados, entre outros, debates, audiências e consultas públicas, além de conferências sobre assuntos de interesse urbano, nos níveis nacional, estadual e municipal.
Portanto, se o Ministério Público estadual tiver interesse na questão, eis aí uma boa linha de ação, para cobrar dos responsáveis uma postura mais transparente, que é o mínimo que se exige de quem lida com vultosos recursos públicos.
Enquanto isso, conforme se observa pelo material de divulgação (imagem seguinte) de um empreendimento em fase de lançamento, no Valongo, ao lado da sede da Petrobras, seus promotores dão como "aprovado" o referido trajeto do VLT, com direito a mapa.
Portanto, ou a EMTU já decidiu, sem nos ouvir, por onde passará o VLT, ou alguém precisa avisar a Odebrecht que o tal trajeto ainda está em estudos.

Comentários

  1. Carriço, estou louco como o governo municipal e estadual vão conseguir o que eles querem. Vão fazer o VLT ser ruim e falar para os munícipies "eu avisei que não era a melhor escolha", então desativarão etc e tal. Eu não entendi a razão da curva ser tão fechada se no próprio site da Vossloh eles afirmam que se faz curva com 30m de raio. Eu gostaria trabalhar em cima dos arquivos do Santosdigital para poder desenhar algumas possibilidades de trajeto com o menor impacto e melhor custo-benefício. No momento estou desenhando na mão em cima do google mapas e desenhos achados na internet. Acho interessante a formação de um grupo de estudo sobre o assunto pois sou engenheiro e juntando mais pessoas com argumentos válidos podemos rebater, ou em último caso deixar o(s) autor(es) do atual projeto com título de incompetente e/ou tendencioso. Forte abraço. Aguardo seu contato.

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    1. Leandro, se precisar dos arquivos, possuo versão em PDF, com alta resolução. Envie e-mail para jmc10557@gmail.com, que eu combino uma forma de lhe enviar (são pesadíssimos).

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  2. Bom dia, Sou estudante e participo de um grupo de estudos da Faculdade do Litoral Sul Paulista- FALS, e no momento estamos desenvolvendo um estudo referente ao VLT e seus impactos, gostaria de discutir mais sobre o assunto para realmente termos como argumentar algo. Fico no aguardo de contato. Obrigada desde já.
    Meu E-mail de contato carlagbueno@uol.com.br

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