O assoreamento do Canal da Avenida Moura Ribeiro

Não é apenas a privação do pôr-do-sol e da paisagem do Morro Santa Terezinha, que os empreendimentos imobiliários em construção na Avenida Moura Ribeiro (foto acima), no Marapé, em Santos, estão provocando.
Conforme se observa pelas imagens abaixo, obtidas em vistoria realizada no último dia 6/9, as galerias que descarregam no Canal 8, situado no referido logradouro, estão transportando sedimentos originados das mencionadas obras, em especial areia, particulados mais finos de entulho e sabe-se lá mais o quê.
As duas primeiras fotos foram tiradas em frente aos dois empreendimentos. A terceira, obtida junto ao pontilhão da Praça Cândido Portinari, mostra como as águas do Canal 8 transportam os sedimentos em direção ao Canal 1, onde deságua.
Portanto, a poluição destes canais não ocorre apenas pela carga orgânica veiculada, conforme destaquei no post anterior, mas também pelo descuido das construtoras e falhas da fiscalização.
Mas esta situação não provoca prejuízos apenas em termos de contaminação, pois com o assoreamento dos canais, suas capacidades de reservação são reduzidas, provocando uma efetiva queda na eficiência do sistema e riscos de transbordamento mais rápido. Além disso, este assoreamento eleva os custos de manutenção do sistema de drenagem, trazendo prejuízos a toda a sociedade.
Portanto, trata-se de um caso claro de transferência de renda, pois os empreendedores imobiliários, ao externalizar parte da responsabilidade pela coleta e destinação final dos resíduos de construção civil, livram-se de parcela de seus custos, que passam a ser absorvidos pela Prefeitura, com o concurso dos recursos obtidos de todos os contribuintes.




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