A elitização do Valongo e as condições de saneamento da área central



As imagens acima, obtidas hoje, são da esquina das ruas Cristiano Otoni e São Leopoldo, no Valongo, em Santos. Trata-se de vazamento que persiste há dois meses. Na verdade, é uma das muitas ocorrências do tipo, na área próxima ao sopé dos morros São Bento e Pacheco.
A situação não se coaduna com os esforços da Prefeitura em promover a "revitalização" do bairro, questão abordada no post "Enterrando o bom senso". O vazamento está ocorrendo a poucos metros do empreendimento Wave, da Cyrela.
Pode-se dizer que os esforços da coalizão de interesses em prol da elitização do Valongo e da área central como um todo estão indo pela boca-de-lobo, sob os auspícios de um sistema de saneamento cuja manutenção é precária, a despeito das imensas verbas publicitárias destinadas pelo estado, para nos fazer acreditar que as condições sanitárias da cidade e da Baixada Santista estão melhorando.
Na verdade, esta situação não é pontual, pois é muito comum o extravasamento da rede de esgotos surgir aqui e ali, em vários pontos desta área, conduzindo elevada carga orgânica à rede de drenagem, como fica evidente pelas referidas fotos. E o destino dos efluentes é o estuário de Santos, através das galerias que cruzam o Valongo e o centro.
Uma prova disto é o conserto do extravasamento no poço de visita (PV), concluído hoje, cuja foto segue abaixo. Este PV localiza-se na Avenida Presidente Getúlio Vargas, junto ao Complexo Maria Magalhães, no sopé do Morro do São Bento, não muito distante do outro apresentado acima.
A situação é tão recorrente, que a população fica sempre na expectativa de onde vai surgir o próximo vazamento.
Portanto, ou a SABESP resolve a situação do saneamento da área central e dos morros próximos, ou a propalada "revitalização" não vai cheirar bem.

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