Menino Jesus e Vila Cesar: descontrole da ocupação documentado

Acerca do assentamento Menino Jesus, situado no Morro da Nova Cintra, Santos, que foi tema de nosso último post, apresento abaixo duas imagens reveladoras. A de cima é do voo contratado pela Prefeitura de Santos, em 1997, e a de baixo do Google Earth, de 2009.
O referido assentamento está identificado na foto mais recente e pode-se observar que após 1997 ele fundiu-se com a Vila Progresso, em função do crescimento de outro assentamento, conhecido como Vila César.
Comparando ambas as imagens, verifica-se que as ocupações, até 1997, ocorriam em áreas planas e após esta data subiram as encostas, apesar do histórico de instabilidade em nossos morros.
Conforme o mapeamento do Plano Municipal de Redução de Risco (PMRR), apresentado no referido post, toda esta área apresenta setores de risco, que variam de médio a muito alto.
O mais grave, em termos urbanísticos, é que este processo de ocupação fundiu, também, o Morro de Santa Maria (área no canto superior esquerdo), que por sua vez já está fundida com outros assentamentos morro abaixo, para o lado na Zona Noroeste: Boa Vista, Vale Verde, Morro do Tetéo e a favela da Caneleira. Este conjunto contínuo de assentamentos precários, a leste, também se funde com a Vila Lindoia e Lomba da Penha, formando um conjunto de comunidades que interliga vários morros, desde a vertente do Saboó, à vertente da Caneleira, em que vários setores de risco foram apontados pelo PMRR.
Mas vale ressaltar que, desde 1997, a Prefeitura não construiu um conjunto habitacional que seja, destinado às famílias moradoras de áreas de risco, nos morros.
Portanto, não há controle da ocupação, nem regularização urbanística e fundiária, nem tampouco provisão habitacional.
Nesta área só há risco, abandono, e muita fé de que ainda não será neste verão que a chuva vai provocar tragédias como no passado.
Convenhamos, é muito pouco.

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