Entenda porque Santos está se tornando um depósito cada vez maior de automóveis, sem crescimento populacional desde os anos 70. À partir deste importante estudo do coletivo Urbanize-se, observa-se que a proposta de lei de uso e ocupação do solo, que está sendo votada na Câmara, prevê, em casos como o do terreno da figura abaixo, que a área de embasamentos e subsolo(s) dos edifícios, majoritariamente ocupadas por vagas de automóveis e seus acessos, corresponda a 2/3 (dois terços!!!) da área total dos pavimentos-tipo, onde se situam as unidades habitacionais. Como estas unidades serão comercializadas junto com as vagas, o valor despendido com moradia será proporcional. Portanto, o que a proposta sinaliza é que só poderão adquirir ou alugar estes imóveis, em nossa cidade, as famílias capazes de ter e guardar o número correspondente de automóveis. Simples assim. Seleção social das espécies. Os incomodados que se mudem. Para Praia Grande, por exemplo, município que bate recordes de lançamentos imobiliários, às custas, principalmente, desta visão segregacionista de cidade que se aprofunda, em Santos.

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