Esgoto e risco geológico: vamos esperar a regularização fundiária para salvar vidas?

Na terceira reportagem da série do Jornal da Cultura, sobre os desafios do pré-sal (assista aqui), este blogueiro foi ouvido pelo jornalista Ricardo Ferraz, acerca das sérias condições de risco geológico associadas à falta de saneamento na área do assentamento conhecido como Vale Verde, no Morro Santa Maria, em Santos (saiba mais sobre este local aqui).
O jornalista vai direto ao ponto, quando informa que a área é considerada como "não atendível", pela Sabesp, o que significa que as famílias que ali residem não entram nas estatísticas de atendimento da empresa. Por essas e outras, Santos figura no ranking de saneamento como sendo um município 100% atendido, o que não corresponde à realidade. 
Em seguida, o superintendente da Sabesp na Baixada Santista, engenheiro João Cesar Queiroz Prado justifica que a empresa está impedida de implantar rede no local, sem que haja regularização fundiária.
O dirigente é um excelente profissional, mas reproduz a postura adotada pela empresa, e lamentavelmente por muitas autoridades públicas, que coloca a legislação ambiental acima da Constituição Federal, que em seu artigo 5º garante aos cidadãos a inviolabilidade do direito à vida, dentre outros direitos, e no artigo 6° estabelece como direitos sociais a moradia, a segurança e a assistência aos desamparados.
Já chegou mais uma temporada de chuvas e o esgoto continua se entranhando pelas encostas do Morro Santa Maria. Vamos esperar a regularização fundiária para salvar vidas? 

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