A priorização da saúde regional

Três notícias veiculadas ultimamente na imprensa local, contribuem para explicar a grave situação da saúde e, em especial, da mortalidade infantil, em nossa região. Como se sabe, a Baixada Santista encontra-se há muito tempo na rabeira do estado, em termos de indicadores de saúde. Na última versão do Índice Paulista de Responsabilidade Social, a Baixada teve o pior desempenho dentre as regiões paulistas, com apenas 67 pontos, atrás da região de Registro, tida como uma das mais pobres do estado, que teve 69 pontos.
Uma das notícias a que me refiro é a já mencionada destinação, à região, por meio do Departamento de Apoio ao Desenvolvimento das Estâncias (Dade), de R$ 78 milhões (leia mais aqui), pela qual, Santos receberá R$ 25.617.696,92, para implementar nove projetos de infraestrutura, com ênfase para sistema viário e turismo. Para maiores detalhes, clique aqui e aqui.
Outra notícia, publicada na página A4 da edição de hoje do jornal A Tribuna, é a divulgação dos percentuais de crescimento do orçamento de Santos, para 2012, segundo a qual, a área de saúde crescerá 13,64%, enquanto comunicação social (leia-se propaganda) subirá 15,71% e serviços públicos 41,92% (manutenção, lixo etc.).
Por último, destaco a tragédia noticiada no mesmo jornal, em sua edição de hoje, segundo a qual. uma menina de 2 anos de idade veio a óbito, no hospital Guilherme Álvaro, muito provavelmente pelo fato de que a UTI pediátrica do hospital, que é referência regional, encontra-se fechada desde julho, para uma reforma que nem sequer foi iniciada. Para maiores informações, acesse a íntegra da notícia aqui.
Segundo informação da referida matéria, por trás da precarização do atendimento intensivo estaria a baixíssima remuneração de intensivistas e a intenção do estado de terceirizar a gestão do equipamento.
Trocando em miúdos, enquanto estado e município priorizam obras de infraestrutura, coleta de lixo, propaganda e turismo, a saúde não é tratada com a prioridade que merece e nossa população tem um péssimo atendimento, que fica estampado nas estatísticas, a cada novo estudo publicado sobre a questão.
Como já apontei neste blog, talvez o problema não resulte em grande comoção em nossa cidade, porque parte considerável da população já desistiu de se socorrer no SUS e vem aderindo aos planos de saúde, que por sua vez fazem uso crescente de estruturas que deveriam ser reservadas à saúde pública.
Quem vai desatar esse nó?

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