Ainda a ligação Campo Grande-Pompéia

Na edição do jornal A Tribuna de ontem p. A-6 saiu publicada nova matéria sobre as mudanças no trânsito do Campo Grande e Pompéia, decorrentes da abertura de duas passagens em nível, na Av. Francisco Glicério, conforme já abordei aqui nos posts Santos: os prós e os contras das passagens em nível no Campo Grande e Santos: a ligação do Campo Grande com a Av. Francisco Glicério.
Acima apresento o mapa publicado na reportagem, com o novo esquema de circulação viária que será adotado na área, após a inauguração das obras.
Fico impressionado com o nível de aprofundamento com que a questão vem sendo tratada. Não culpo a imprensa, pois deveria partir das autoridades municipais uma abordagem sistêmica da questão. Mas parece que tratar intervenções como esta de forma circunscrita à questão de tráfego é mais simples.
Porém, mesmo que reduzamos o campo de análise da intervenção em tela às meras consequências no tráfego entre os bairros, não há como escapar do fato de que as transformações vão provocar uma série de inconvenientes, concomitantes aos benefícios, que merecem especial atenção dos responsáveis pelo setor.
Alguns destes inconvenientes foram mencionados na matéria, no que concerne à implantação de novos semáforos na Av. Francisco Glicério, tornando mais lentos os deslocamentos neste importante eixo viário, que, reza a lenda, um dia há de contar com um VLT.
Ironicamente, o título da reportagem é "Novas rotas para o trânsito melhorar no Campo Grande". Será?
Duvido muito. O que vai melhorar é o acesso à orla para os motoristas que circulam pela Rua Carvalho de Mendonça, questão ignorada pela matéria como se pode ver pelo mapa, assim como o acesso à Pompéia.para motoristas que trafegam pela Av. Francisco Glicério, em direção ao Orquidário.
No entanto, o trânsito nesta avenida tende a ficar mais lento e dentro dos bairros mais intenso.
E é justamente este o ponto que mais me preocupa e que parece estar sendo ignorado pelas autoridades. Esta intensificação da circulação deve trazer consigo indesejáveis efeitos nas características ainda tranquilas dos bairros, sobretudo do Campo Grande, que ainda não foi afetado pelo processo selvagem de verticalização que desfigurou a Pompéia.
Mas este sossego pode ser questão de tempo. E talvez resida neste ponto o motivo do silêncio geral acerca dos impactos urbanos neste bairro.

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